UNESCO OFICIALIZA O 5 DE MAIO COMO DIA MUNDIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA

Decisão ratificada esta segunda-feira em Paris na conferência geral do conselho executivo da organização. António Costa diz que se trata de “um passo muito importante para o reconhecimento global da língua portuguesa”.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) ratificou esta segunda-feira de manhã, em Paris, o dia 5 de Maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa.

A oficialização foi assinada na sede da organização, na capital francesa, por uma delegação portuguesa composta pelo primeiro-ministro António Costa, pela ministra da Cultura Graça Fonseca, pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas Berta Nunes, e pelo Embaixador de Portugal na UNESCO António Sampaio da Nóvoa.

A ratificação pela UNESCO do 5 de Maio como o dia oficial da língua portuguesa “é um passo muito importante para o reconhecimento global desta língua que é falada oficialmente em nove países, quatro continentes, e é a quinta mais utilizada no espaço da internet”, disse António Costa aos jornalistas, em Paris, citado pela Lusa. À RTP, o primeiro-ministro lembrou também que o Português é “a língua oficial de260 milhões de pessoas, e a mais falada no hemisfério Sul”. E realçou ainda que a língua portuguesa vai ter “um forte crescimento”, prevendo-se que, no “final do século, serão 500 milhões” a falá-la, tornando-a uma “língua cada vez mais global”. É, por essa razão, uma “prioridade fundamental na nossa política externa”, acrescentou António Costa.

Antes da promulgação final do Dia Mundial da Língua Portuguesa pela 40.ª Conferência Geral da UNESCO, o governante português visitou a sede da instituição, reunindo-se com a sua directora, Audrey Azoulay, e com os embaixadores dos países da CPLP. Aos jornalistas, António Costa notou ainda que este reconhecimento constitui “um passo importante” para tornar o Português uma das línguas de trabalho da Organização da Nações Unidas.

O acto desta segunda-feira vem oficializar uma decisão já tomada no passado mês de Outubro, quando todos os países lusófonos apresentaram esta proposta à UNESCO. Tomada por unanimidade pelos países da CPLP, a proposta acabou por contar também com o apoio de 24 outros países, entre os quais o Luxemburgo, a Geórgia, a Argentina, o Chile e o Uruguai. É a primeira vez que uma língua nāo-oficial da UNESCO vê declarado um dia mundial. 

Não é ainda conhecido o programa, mas, quando da decisão de Outubro, António Sampaio da Nóvoa antecipou à Lusa que o dia 5 de Maio de 2020 seria assinalado em Paris com um vasto leque de iniciativas “relacionadas com a arte, a literatura e música”.

Ouvido pelo PÚBLICO, o professor universitário António M. Feijó não acredita que o título da UNESCO venha trazer algum ganho significativo para a afirmação da língua portuguesa. “Como é habitual nestas ocasiões, o país entra em autocongratulação, mas isso é um bocado vazio, nada decorre dela”, diz o também presidente do Concelho Geral Independente (CGI) da RTP. “Se os poderes públicos quiserem levar a defesa da língua portuguesa a sério, então têm de o demonstrar no orçamento para a educação e a cultura, apostando num aumento efectivo das verbas nesse domínio”, acrescenta Feijó.


Fonte: Público

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